RESUMO SOBRE AS TENDÊNCIAS: Existem
várias tendências já definidas, e outras que ainda estão se formando, a
partir de agora vamos ver o que cada desses “modelos” nos propõe.
1ª - Tendência Formalista Clássica:Caracterizada
e pelo ensino da matemática clássica, sobretudo o modelo Euclidiano e a
concepção Platônica que usa sistematização lógica do conhecimento
matemático, a partir de definições, axiomas, postulados que expressam os
teoremas e corolários.
Elementos Primitivos | Sistematização
Definições, axiomas e postulados. | Teoremas e corolários
Caracteriza-se
também pela concepção platônica da preexistência do conhecimento
(inclusive o matemático), como se esse não fosse construído pelo homem, e
sim apenas “acordado” dentro dele (o aluno como uma folha de papel em
branco).
2ª - Tendência empírico-ativista:Os métodos
de ensino consistem nas atividades, com rico material de trabalho, que
permitem a realização de experimentos e jogos. Continua a acreditar que
as idéias matemáticas são obtidas por descobertas. O conhecimento
matemático emerge do mundo físico e é extraído pelo homem através dos
sentidos (interatividade do objeto de estudo, no caso a matemática e o
estudante).
3ª - Tendência Formalista Moderna:A
matemática escolar perde tanto o seu papel de formadora da “disciplina
mental” côo o seu caráter pragmático de ferramenta para resolução de
problemas. Passa a se enfatizar a dimensão formativa sobre outras
perspectivas: mais importante que a aprendizagem de conceitos, são as
aplicações do que se estuda em matemática (ou seja, passa a se valorizar
mais as aplicações, do que o aprendizado).
Na verdade, essa proposta de ensino parece visar não à formação do cidadão em si, mais a formação do especialista em matemática.
A
tendência moderna procurava os desdobramentos lógicos-estruturais das
idéias matemáticas, tomando por base não à construção histórica e
cultural desse conteúdo, e sim a sua unidade e estruturação algébrica
mais atual, possibilitando a melhoria da “qualidade” de ensino da
matemática.
4ª - Tendência tecnicista e suas variações:O
modo de se conceber a matemática, pode ser percebida nos manuais, que
se restringem a treinos de habilidades estritamente técnica, ou em áreas
específicas. Formada pelos passos seqüenciais em forma de instrução
programada, onde o aluno deve realizar exaustivamente uma ação (Ex:
séries de exercícios) seguindo um modelo previamente estabelecido.
A
pedagogia tecnicista não se centra no professo como as outras duas já
citadas, e nem nos alunos. Ela tem por base a mecanização das ações,
para uma um melhor desempenho de uma atividade.
Junto com essa visão
do ensino matemático, surge a matemática aplicada por áreas, tipo,
matemática aplicada à engenharia, computação e etc.
5ª - Tendência construtivista:A
epistemologia genética peajetiana passa, então, a influenciar
fortemente nas inovações do ensino da Matemática. Trouxe maior
embasamento teórico para a iniciação ao estudo da matemática,
substituindo a prática mecânica por uma prática pedagógica que visa com o
auxilio de matérias concretos, à construção das estruturas do
pensamento lógico-matemático.
O pólo decisório dos processos de
aprendizagem está no aluno então na figura do professo. Nega também a
teoria empirista que sustenta que o conhecimento só é possível mediante
os recursos da experiência e dos sentidos. Isto é, o mundo físico seria a
fonte do conhecimento matemático, e não o sujeito reflexivo.
O conhecimento matemático é vista como uma obra que resulta da interação dinâmica do homem com o meio que o envolve.
6ª - Tendência socioetnocultural:É voltada aos aspectos sócio-culturais da Educação Matemática.
Solucionar
as contradições existentes entra a “aprendizagem” da matemática na
escola e as soluções buscadas pelo indivíduo no cotidiano, dentro de
contextos relacionados à vida, ao trabalho.
No âmbito das idéias
pedagógicas, esta tendência apóia-se em Paulo Freire. No âmbito da
Educação Matemática, tem-se apoiado na etnomatemática que tem em
Ubiratam D’Ambrósio seu principal idealizador.
QUAL TENDÊNCIA ESCOLHER?È
desejável que o professor tome conhecimento de todas as diversidades de
concepções, ideologias sobre o ensino da matemática, para a partir daí
criar sua maneira própria de lidar com essa questão: “Como ensinar a
matemática?”. Dessa forma a não existe uma tendência melhor que outra, o
que existem são pré-disposição de um indivíduo A ou B se encaixar
nelas. Outro ponto importante é o que essas tendências não foram vividas
cada uma em sua época, elas coexistem.
É nesse processo de
aprendizagem contínua, que o professor produz novos significados, produz
uma visão própria. Apropria-se criticamente da contribuição de cada
uma, sem se encaixar completamente nelas.
Também é bom salientarmos
que sempre estão a aparecer novos “modelos”, e atualmente temos duas
novas correntes surgindo, a histórico-crítico, e o
sociointeracionista-semântica.
- Tendência
histórico-crítica: Diz que a matemática não pode ser concebida como um
saber acabado, e sim com como um saber vivo, dinâmico que historicamente
vem sendo construído, atendendo a estímulos externos (necessidades
sociais) e internos (necessidades teóricas de ampliação de conceitos).
Esse processo de construção foi longo e tortuoso. É obra de várias
culturas e milhares de homens que movidos pelas necessidades concretas,
construíram coletivamente a Matemática que conhecemos hoje.
- Tendência
sociointeracionista-semântica: Toma como suporte a teoria de Vygotsky, o
qual coloca a linguagem como constituinte do pensamento. Assim, essa
tendência vê o ensino da matemática e sua evolução através de símbolos,
signos e proposições, as quais podem ser associados com algo conhecido.
Aprender,
portanto, significa significar: estabelecer relações possíveis entre
fatos/idéias e suas representações (signos). Ao professor é dado o papel
de mediador, alguém que já fez essa associação, e assim pode facilitar o
aluno a chegar na sua associação própria.
CONSIDERAÇÕES FINAIS:Aqui
mostramos algumas formas de ver e entender o ensino da matemática, e
assim, esperamos que você professor, tenha a possibilidade de criar sua
própria maneira de trabalhar com essa disciplina, e não somente com ela,
e sim com toda uma forma de trabalhar a educação de uma pessoa, pois o
que hoje o que o homem pode ter de mais importante é o conhecimento
sobre qualquer assunto, e na sociedade em que vivemos a matemática é
dita como mediadora entre os que são aptos e os que não são.
É
necessário que se faça um estudo, e uma reflexão sobre cada uma dessas
tendências, estabelecer elementos negativos e positivos e assim utilizar
o resultado de tal estudo em prol do ensino.